Um pneu para empilhadeira é um produto complexo, mais do que imaginamos. Do projeto ao consumidor, o processo de produção envolve engenharia química, mecânica e física e equipamentos sofisticados para a fabricação. E isto implica no preço final do pneu; engenheiros, laboratórios de teste e maquinário moderno e profissionais altamente especializados são fundamentais para a qualidade do pneu.
Neste conteúdo você terá informações básicas sobre esse processo de produção, para que você possa obter o máximo rendimento e durabilidade dos pneus das suas empilhadeiras.
QUÍMICA DO PNEU
A borracha, tanto a natural como a sintética é um elastômero com propriedades plásticas em seu estado natural. Isto significa que quando submetida a um esforço que provoque deformação, ela não retorna à sua forma anterior. Após o processo de vulcanização, a borracha adquire a propriedade elástica. Uma vez submetida a um esforço que provoque deformação, ao cessar este esforço ela retorna a sua forma anterior
A composição química de um pneu é formada de Borracha Natural, Borracha Sintética, Carbono (negro de fumo), Enxofre, Óxido de Zinco, Antioxidante, Antiozonante e Ativadores e Aceleradores de Vulcanização.
Quando um pneu gira sob o peso de um veículo, ele se deforma e se recupera várias vezes, gerando uma energia perdida chamada histerese. Quando a energia se dissipa, o calor se acumula no pneu. Se um pneu é submetido a um maior nível de distorção ou se a deformação ocorre com maior frequência, o acúmulo de calor vai começar a desagregar a borracha.
Compostos de borracha sintética tendem possuir altos valores de histerese, enquanto a borracha natural tem um baixo valor de histerese. Nos pneus, os compostos de alta histerese geram maior atrito para proporcionar maior aderência e tração, enquanto os compostos de baixa histerese proporcionam temperaturas mais frias. Pneus automotivos têm mais borracha sintética enquanto que pneus industriais têm mais borracha natural.
FÍSICA DO PNEU
O pneu é o único contato da empilhadeira com o piso e, a área e contato de cada pneu no piso é de aproximadamente 5% da área total da banda de rodagem. É nesta pequena área que se apoia todo o peso do veículo mais o peso da carga transportada.
O atrito do pneu com o piso é chamado de “resistência à rolagem”. Quanto maior essa resistência, maior o desgaste e menor vida útil do pneu. Os fatores que mais influenciam na “resistência à rolagem” são, o projeto de engenharia do pneus e o composto de borracha utilizado. Mas não é apenas o atrito do pneu com o piso que causa desgaste. A falta de manutenção ou manutenção inadequada dos pneus, procedimentos do operador na condução e condições mecânicas da empilhadeira também têm uma influência muito grande na durabilidade dos pneus.
DINÂMICA DO PNEU
A química e as forças atuantes são fatores determinantes no desempenho e durabilidade de um pneu. No caso da empilhadeira, os pneus dianteiros (tração) sofrem mais ação da força vertical e longitudinal, enquanto que os pneus traseiros, sofrem mais ação da força lateral, devido às curvas e manobras.
Ao percorrer longas distâncias e ou com maior velocidade, os pneus aquecem acima do nível estabelecido em projeto e com isso comprometem a estrutura e durabilidade dos pneus, uma vez que as forças agem com a borracha já em processo de degradação. Quanto maior a distância a ser percorrida assim como quanto maior a velocidade, o pneu é submetido a deformações e deflexões com maior frequência e, se o ritmo de trabalho for intenso não haverá tempo para a dissipação do calor. Os sulcos mais largos e profundos, nos pneus industriais, têm a função de criar zonas sem contato com o piso, auxiliando a dissipação do calor gerado. Os blocos têm a função de auxiliar a deformação do pneu em movimento, levando o calor gerado para as extremidades do pneu. Portanto, quanto mais gasto estiver um pneu, mais rápido ele se deteriorará e estará mais sujeito a falhas.
O desgaste do pneu é medido no ponto médio da profundidade do sulco (geralmente 25mm). Abaixo desta espessura, o pneu pode ser considerado “careca”.
Há um conceito errado no mercado de que pneu pode ser usado até o fim dos sulcos. Isto não é verdade, pois como dissemos acima, quanto mais gasto mais rápido o pneu de deteriorará. Após o limite de desgaste da banda de rodagem, o composto de borracha começa a perder sua propriedade elástica, devido só stress do trabalho e pode causar deformações, bolhas e rupturas na borracha, comprometendo a segurança do operador e do veículo.
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